terça-feira, 12 de agosto de 2008

Frangos



"Não diga que não falei das dores..."

Nunca ninguém me disse: "Chore, desespere-se, pois nada vai melhorar." Fugimos das más notícias como a noite do dia e ainda assim as supostas palavras de consolo que tanto esperamos (Nunca vêm!) não nos trazem nada além de impaciência, inconstância, incertezas. A ânsia por algo que nos tire da letargia que se segue ao leite derramado é maior do que a própria tragédia. Mas sofremos, simplesmente porque somos grandes covardes, frangos sem penas, cacarejando por um pingo de decência quando deveríamos ser as galinhas, as grandes putas do cercado, vendendo a Deus e ao mundo tudo que nos seja menos valoroso que nossos próprios pudores. Engraçado pensar que, em algum momento de nossas vidas, tivemos a chance de ser a galinha.
Tivemos a chance de ser a vaca a ser ordenhada.
Pouco me importo com a lascívia, pouco me interessa a podridão disso tudo. Chega um momento em que tudo que há para ser criticado já o foi no mínimo duas vezes, um momento em que só outro magnânimo fiasco pode sustentar nosso, por vezes simplório, espírito crítico, tão confinado em sua aversão ao próprio escândalo. Uma pequena sugestão. Senta no seu banquinho e recita sua tabuada, garoto, pois o mundo é triste, e mesmo que alguém venha encher seus ouvidos com essa baboseira cínica sobre o lado bom das coisas, todo o lodo que o cerca, um dia, cobrirá essa boca torpe e sua mente débil.

Um comentário:

This is my life disse...

Gui,vc escreve MUITISSIMO bem =] PARABENS,obrigada por tudo

TE AMO


Biaa